On my way to Nice, still talking about Dublin thu.

Pouco tempo se passou, muita coisa aconteceu.

Essa viagem poderia virar uma mini-serie na Globo, ou na MTV (fica a dica hein?).

Estou escrevendo esse novo post do aeroporto de Dublin, são 5 da manhã do dia 21 de julho aqui e eu estou sendo deportado para o Brasil.

Ahahah. Brincadeira a parte da deportação, o resto é verdade.

Bom, o que eu posso falar de Dublin? É uma cidade pequena, mas fascinante. É doce e agradável. Um calor infernal, com um vento de congelar. Eu não moraria aqui, mas aconselho para todos virem um dia, para passar um fim de semana – ou até mesmo uma semana inteira – é uma cidade ideal e na medida. Tem de tudo, cultura, gente agradável, dança e música local (uma espécie de Banda Calypso dançando a Macarena em festa junina, mas acredite, é bem legal!), baladas interessantes, castelos medievais, lojas para turistas e até Marks & Spencer (ahah).

Enfim, aconselho conhecer o norte de Dublin (não que eu tenha conhecido, já te explico), a O’Connel Street (tem lojas ótimas e é bem crowdy de gringos) que tem alguns monumentos (entre eles a própria O’Connel Bridge, e um Obelisco de metal que é tão grande que você não consegue ver o final dele, não que faça algum sentido, mas beleza), vá ao Temple Bar (pelo menos uma noite, garanto que não vai se arrepender!), vá até a fabrica da Guiness (mesmo que você seja como eu e não goste de cerveja com gosto de café, se gostar, melhor ainda!). Enfim, tem MESMO bastante coisa pra ver e fazer em Dublin!

Voltando ao day by day.

Nosso primeiro dia em Dublin foi de puro ronco, dormi o dia todo.

Nosso segundo dia em Dublin prometia, tínhamos armados vários planos, ia bombar. Ficamos lazy all day long e não fizemos nada do que tínhamos planejando, ahah, mas beleza, ainda tínhamos 2 dias e tínhamos combinado de ir ao Temple Bar, que é o Empório(RJ)/Milo(SP) de Dublin, é a sensação. Bem bacana, bons momentos, e eu naquelas de não querer confirmar que Dublin era cidade da cerveja+sexo, quando percebi que tinha muita cerveja no meu sangue, voltei pro hotel ligeiramente. Lali ficou por lá de papo com um francês (fica a dica, na Europa não importa onde você vá, você sempre conhecerá mais franceses que habitantes locais, não sei explicar, é um fato), de certo que ela ia mandar bronca na fama de Dublin ser cerveja+sexo.

Cheguei no hotel, parara, aquelas coisas, tudo gira, pá! Dormi.

Até que acordo com a seguinte frase: “Gabriel, acorda. Roubaram minha bolsa, meu passaporte e todo meu dinheiro estavam dentro dela, me ajuda!”.

Começo a pensar porque ela estava com o passaporte na bolsa, porque estávamos sendo assaltados tantas vezes na Europa, se ela não estaria bêbada e a bolsa estaria no quarto, ou se era tudo um pesadelo só.

Enfim, era um pesadelo só, um pesadelo real. Que se estendeu por horas em duas delegacias, e uma coisa vale frisar aqui, durante todo o tempo fomos muito bem tratados pela policia local de Dublin, foram de uma educação única (única do tipo, jamais vista no Brasil.). Abrimos uma ocorrência.

Ok, a Lali estava oficialmente proibida de sair do pais, e eu estava oficialmente a sair em 2 dias já que meu visto ia vencer e eu não podia ficar ilegal.

Pra completar? O consulado brasileiro (vai me desculpar quem se ofender com isso, mas tinha que ser) não abre (nem para emergências) nos fim de semanas. Existe obvio, um numero de emergência que te coloca pra falar com uma secretaria eletrônica, até ai beleza, a Lali deixou uma mensagem na secretaria deles, e parou por ai. Eles nunca retornaram o contato. So, big deal ter um numero de emergência se você vai checar ele na segunda feira quando o consulado abrir não? Vai vendo, até agora a Lali já estava sendo ajudada por dois órgãos do governo Irlandês e nada de conseguirmos um contato com o consulado brasileiro. Sensacional.

Enfim, voltamos pro hotel depois da delegacia e capotamos. Não fizemos nada do sábado porque enfim, não tinha clima, nem dinheiro, nem cabeça, nem vontade, eu tinha sono, francamente.

A noite resolvi obrigar a Lali a sair com uma galera que conhecemos da Argentina, eu não ia conseguir sair mesmo, estava esgotado. Ela foi. Confesso, me senti solitário no quarto e desci pra fazer um hang out no saguão. Conheci essas meninas (loucas, i mean LOUCAS) de São Francisco (EUA) e que apesar de terem 17-18 anos já estavam muito mais bêbadas do que eu já fiquei na minha vida inteira.

(acabei de comprar uns sanduíches naturais aqui no aeroporto de Dublin, uma pegada roubo também, 10 euros por dois sanduíches secos com uns tomates duros e uma alface com cara de last year. Sei lá, por esse preço deveria vir um passaporte dentro.)

Acontece que essas loucas me convenceram que elas tinham que me pagar uns drinks e fomos atrás de um off license (porque entenda, BR é sensação, Irlanda não. Aqui é proibido beber na rua e eles não vendem álcool depois das 22hs. E ah, entrar em bares/pubs, só se você for maior de 21 anos, ou tiver uma cara de pau igual a minha) e elas me compraram drinks. Basicamente, íamos tentar ir ‘na melhor balada da cidade, e a entrada é gratis’ segundo o cara da recepção do hotel. Beleza né, andamos andamos (e correndo o risco de ser preso pelos ‘drinks’ em nossas mãos) até que depois de meia hora descobrimos que a tal ‘melhor balada da cidade’ tinha fechado há 2 anos. Acho que o cara da recepção não ia MESMO com a minha cara. Eu deveria ter imaginado quando ele disse que o Ronaldo não era um bom jogador e que eu não deveria usar a camisa dele...

Enfim, milagrosamente, na manhã seguinte (no caso hoje, que no caso é agora quando estou escrevendo, não necessariamente você está lendo isso ‘hoje’. Complexo, eu sei.) a Lali me disse que na noite anterior ela encontrou um policial na rua que reconheceu ela e devolveu o RG dela (que também tava na bolsa roubada). Isso foi meio: HAN? Mas tudo bem, deve ser normal na Irlanda, mas o que ela faz com esse RG, enfia... enfim, não dava pra ela sair da Irlanda com o RG, mas já era um avanço, se a cada dia acharem algo que tava na bolsa, em 10 dias terá até um ipod, um livro e até um pacote de ‘sempre livre sem abas’.

Hoje - já sabe né? não necessariamente hoje – é domingo e era então meu ultimo dia em Dublin, resolvi que ia fazer algo, e fiz. Andei por ai e tirei varias fotos. Conheci lugares lindos e apesar de tudo, juro mesmo, voltaria pra Dublin várias outras vezes, achei sensacional. Até a Lali achou, e olha que ficar presa num pais sem querer ficar não é uma das melhores sensações, acho eu. FOTO1. FOTO2. FOTO3. FOTO4.

Agora aqui estou. Já são 6 da manhã e adivinha com que empresa aérea eu vou voar em alguns minutos pra Nice, na França? Adivinha, adivinha? É, essa mesmo, nossa most favorite: RYANAIR! (e super vou tentar fechar a janela dessa vez e fingir que não entendo inglês, se ela vier falar ‘open the window’ vou mandar que uso Linux e vou voltar a dormir.).

Assim, é a primeira vez que viajo sozinho pela Europa, não que isso seja algo de outro mundo porque eu já to cansado de viajar sozinho por ai, mas é bom estar comigo mesmo por algumas horas numa cidade desconhecida do outro lado do mundo. Ai eu fico nessas de escrever por horas, de novo.

Chego em Nice (quick review: Paris Hilton passa suas férias em Nice, é cheio de praias, cassinos, e é uma cidade pequena, e cara!) por volta do meio dia. To ansioso pra encontrar a Clarinha lá! :) A Lali deve sair de Dublin e encontrar a gente em Nice no máximo até quarta feira, espero eu.

Te mantenho informado, prometo!

Começou o embarque, a tour continua...